CD O Tema é Frevo: Documento - Vol 07 - Ano 2011
1- Bloco do Tempo - Bartolomeu Noronha
2- O Folião é Assim - João Santiago
3- De Lisboa a Recife - Paulo Fernando
4- Duda 70 Anos de Frevo - Fred Monteiro
5- Rua do Bom Jesus - Alcides Vespasiano
6- A Moreninha do Passo - Hugo Martins
7- Sonho de Carnaval - Morgana Narjara
8- Hino do Bloco O Bonde - Ely Madureira e Alcides Vespasiano
9- Conhece Recife? - Gildo Moreno
10- Ciranda do Amor - Samuel Valente
11- Saudosa Lembrança - Chico Nunes
12- Paixão Secreta - Eraldo Leite
13- Não Vá Perder o Bonde - Carlos Dantas
CORAL:
Adriana Bezerra
Morgana Narjara
Rosaura Muniz
Bloco do Tempo (Bartolomeu Noronha)
Contaminado o Bloco do Tempo pela alegria
A nostalgia reviu-se em flor
Refez-se a luz e o humor que um dia partiu voltou
A natureza em paz deteve a dor
Sem pedestal o homem se vê afinal
Retoca o passado revisto
Retoma o bem, racha o mal
Explode o frevo, E o bloco inteiro começa a cantar
O rebuliço é uma festa só
Para o tempo, para o sonho, para o tesouro
O míssil sagrado no espaço vital
Ressurge a voz em todos nós, nova criança
E o bloco alcança o fulgor maior
O folião é assim (João Santiago)
Eu vou cair na folia
Com linda fantasia de modelo original
Assim vou brincar o carnaval
Para lhe mostrar que meu bloco é sem igual
Velho Recife, tradicional
O frevo é o nosso ideal
O folião é assim
Quando cai na folia fica até o fim
E também faz é asneira
Enfrenta a poeira e esquece tudo o que é ruim
De Lisboa a Recife (Paulo Fernando)
D'além mar quem trouxe foi Zé Pereira
Uma festa que havia em Portugal
Caiu no agrado dessa gente brasileira
Originando o mais lindo carnaval
As marchas de São João e Santo Antônio
Frevo de bloco em sua origem que beleza
Dote legado desse rico patrimônio
Para uma festa portuguesa com certeza
Recife antigo e Lisboa, velha cidade
Dão-se as mãos nessa ciranda cultural
Capibaribe e o Tejo vão tecendo
Tapete verde estendido pra Cabral
O Madredeus na Madredeus canta Capiba
Na Rua da Guia a Mouraria está também
Lá na Moeda o escudo luso arriba
E a Malakoff é a nossa Torre de Belém
Essa herança vou guardar mais de mil anos
Orgulho sinto dos patrícios meus avós
Pernambucanos cantem fados lusitanos
E a voz de Amália vem cantar frevo pra nós
A moreninha do passo (Hugo Martins)
Desfila na minha rua o Flor da Lira de Olinda
Com suas afinadas coristas
E a moreninha passista
No coral ela encanta, fazendo o passo ela encanta
É assim a alegre menina no carnaval de Olinda
A alegre menina-moça cai no frevo de verdade
Levando todo mundo ao delírio
E encantando a bela cidade
Se eu pudesse cairia no passo
E fora do compasso eu diria
Moreninha dá-me tua mocidade
Antes que o carnaval acabe
Sonho de carnaval (Morgana Narjara)
Caminhando pelas ruas do Recife
Vou recordando o carnaval que passou
Parece até que foi um belo sonho
Que a quarta-feira despertou
Eu vi blocos passando coloridos
Cheios de amor e emoção
Ouvi seus violões e cavaquinhos
A envolver o povo com sua canção
Agora a saudade que eu sinto
Me faz relembrar a melodia
Então a tristeza não me invade
Pois sei que para o ano vou brincar com alegria
Hino do bloco O Bonde (Ely Madureira e Alcides Vespasiano)
Vai longe o tempo feliz de criança
Doce lembrança que guardo muito bem
Vai longe o tempo em que a lua era de prata
E o bonde num gostoso vai-e-vem
O bonde amarelo chamado gaiola, aberto, cigarra de cordão
Pelas ruas costurava a cidade
Nas paralelas bordadas pelo chão
Lembro do velho motorneiro no comando do veio de saída
Do condutor, do apito, a marcação
Anunciando a próxima partida
O bonde da Madalena, Campo Grande, Tejipió, Casa Amarela, Beberibe, Dois Irmãos, Boa Viagem, Pina, Farol
Conhece Recife? (Gildo Moreno)
Quem não conhece o Recife
Ainda não brincou carnaval
Não sabe quanto o frevo é bom
E o povo como é igual
Algum dia você há de ver
Se é verdade ou não
E se você fizer o passo com a turma
Dirá que eu tenho razão
Ciranda do amor (Samuel Valente)
Foi numa roda de ciranda lá no Janga
E que beleza aquela gente a cirandar
Dei minha mão e fui na roda cirandando
E vi que a vida era tão fácil de se amar
Entrei no passo e no compasso da ciranda
E a cirandeira fez cantar meu coração
Sentindo a vida e amando a natureza
Na ciranda do amor de sua mão na minha mão
Foi dona Duda quem me deu o dia
Quem me deu a noite, quem me deu a luz
Foi na ciranda que aprendi a vida
Que plantei a rosa pra cantar de amor
Saudosa lembrança (Chico Nunes)
Ai se eu pudesse voltar ao passado
Faria tudo que eu não quis fazer
Saia no corso bem fantasiado
À noite, caia no passo... Frevo para valer...
Como era lindo ver o dia amanhecer!
Batalha de confete e serpentina
Lança-perfume, era lindo de se ver
O Pierrô era feliz com a Colombina
E como é triste, recordar não é viver
Paixão secreta (Eraldo Leite)
Foi num certo carnaval em Recife
Naquele bloco em branco e carmim
Vi desfilando uma linda pastora
Eu logo loucamente me apaixonei
No ano seguinte no mesmo lugar
Aquele quadro não esqueci jamais
Ela cantava olhando para mim
“Valores do passado” de Edgar Moraes
A emoção estranha que senti
Sei que cigana nenhuma interpreta
Meus Deus, agora o que será enfim
Se ela já é minha paixão secreta
Não vá perder o Bonde (Carlos Dantas)
Não vá perder o Bonde, meu bem
Venha conosco, nós já vamos sair
Transportando beleza e alegria
É carnaval, vamos cantar, vamos sorrir
Hoje não corre nos trilhos
O nosso Bonde é diferente
Ele anda, sobe e desce em qualquer rua
Ele é bem grande, tem lugar pra toda gente
Saudades do tempo do bonde
Quando a vida era bela
Os homens viajavam no estribo em pé
Sentada ao banco ia a linda donzela
Recorde sem muita tristeza
Venha conosco dançar
Não pegue o bonde andando
É carnaval, vamos sorrir, vamos cantar
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